Abril 25, 2024
A Censura e o Amanhecer da Revolução
Sob o Estado Novo, a censura sufocava a liberdade de expressão, exigindo que os artistas submetessem as suas obras à aprovação do regime.
Músicos como Zeca Afonso, José Mário Branco e muitos outros, enfrentaram riscos ao criar músicas com temas considerados politicamente “sensíveis”. Muitas canções eram proibidas ou alteradas para se alinhar com a ideologia do regime, restringindo a criatividade dos seus autores.
A revolução trouxe uma transformação radical para Portugal, com a música a ter um papel central, e "Grândola, Vila Morena" de Zeca Afonso a servir como senha da revolução e hino de esperança e mudança. Com o fim da censura, artistas como Sérgio Godinho e Fausto começaram a explorar uma gama mais ampla de temas, desafiando o autoritarismo e promovendo a justiça social.
O 25 de Abril abriu portas para uma era de criatividade e liberdade de expressão. A Constituição de 76, é a primeira a consagrar a liberdade de criação artística e a proteção do Direito de Autor, como instrumento e garante dessa mesma liberdade. Canções criadas nesse período tornaram-se clássicos, inspirando novas gerações. A música tornou-se uma ferramenta para expressar a busca por liberdade e igualdade, fortalecendo a narrativa nacional.
Mas o 25 de Abril de 1974 não foi apenas um momento político. Foi, sim, a libertação de uma nação que ansiava por liberdade. A música desempenhou um papel fundamental, tornando-se um símbolo da nova era de liberdade e democracia.
Ao comemorarmos o 50.º aniversário do 25 de Abril, somos lembrados de que a liberdade conquistada é frágil e deve ser protegida e celebrada.
A revolução não libertou apenas a criatividade, estabeleceu também as bases para uma indústria musical mais justa e respeitosa com os direitos dos criadores. Entidades como a AUDIOGEST, responsáveis pela gestão de direitos autorais e conexos, são hoje fundamentais para garantir o reconhecimento e a remuneração justa para os produtores e músicos nacionais.
Neste 50.º aniversário a AUDIOGEST não pode deixar de se juntar à celebração da liberdade, da resiliência diante da opressão, de uma sociedade plural e tolerante, baseada na dignidade humana.
A música continuará a ser uma força unificadora e inspiradora, lembrando-nos do valor da liberdade e da necessidade de mantê-la viva.
Liberdade sempre!